A FUNDAÇÃO LAR EVANGÉLICO PORTUGUÊS, com as suas respostas sociais, uma para crianças e jovens (Casa de Acolhimento – CA) e outra para pessoas idosas (Estrutura Residencial para Pessoas Idosas – ERPI) é a materialização de uma Visão e de um Sonho que Deus colocou nas vidas de um homem, uma mulher e uma igreja.

O homem foi o Pastor Joaquim Eduardo Machado, a mulher foi a sua esposa Isménia Fontes Machado, e a igreja foi a Terceira Igreja Evangélica Baptista do Porto. O Sonho começou a formar-se durante o ministério pastoral na Beira Alta, no tempo da II Guerra Mundial. O grande lema inspirador era o texto de Paulo em I Coríntios 13:13 “… permanecem a fé, a esperança e o amor; mas o maior destes é o AMOR”  (Bíblia).

O Sonho intensificou-se no coração do Pastor Joaquim Machado que o levou a transferir-se do seu ministério pastoral em Viseu para a cidade do Porto, para ali com o apoio da Igreja de Viseu organizar em 1945 uma nova igreja, a Terceira.

Com o apoio da igreja que organizara e depois de se mudar da pequena casa onde residia com a sua esposa e os seus seis filhos para uma outra, na “Quinta do Marinho” – Rua Marques Marinho, 158, no Porto, fundava em 7 de Julho de 1948, o que designou de Lar Evangélico Português. Foi ali, no seio da sua numerosa família, que começou a acolher crianças e idosos, pobres e desamparados. Esta corajosa decisão era a concretização do Sonho.

O número de acolhidos aumentava dia a dia e com eles o “drama” da sustentabilidade, só ultrapassada com recurso a uma insuperável fé e esperança no Deus para quem não há impossíveis e que, no momento certo, assegura uma resposta a quem acredita no que não vê e tem a firme convicção de obter o que espera: “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias e… escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes.” (da Bíblia – I Coríntios 1:27) .

 

O exercício da Fé

O centro de acolhimento que tomou o nome de Lar Evangélico Português, recebia crianças desfavorecidas de diversas proveniências, que ali cresciam e se desenvolviam até a maior idade, e em alguns casos até ao casamento, num contexto genuinamente familiar, onde os fundadores eram, por todos, tratados de “Papá” e “Mamã”.

 

Concretização da Visão e do Sonho do Casal e da Igreja

Ao longo dos anos, o projeto do Lar Evangélico Português contou sempre, com a colaboração dos filhos do casal fundador e, de um modo especial, com a de Madalena, Isabel e Silvano, e mais tarde com a Direção empenhada de seu filho Pastor Daniel Machado e Esposa, juntamente com obreiros voluntários, que adoptaram como sua uma tão nobre causa. Os apelos lançados à colaboração financeira, tiveram algum eco, tendo surgido os “amigos” e “parceiros” que se solidarizaram e fizeram sua a causa da sobrevivência do Lar Evangélico Português.

 

A falta de instalações e de recursos financeiros geram sérios problemas 

A Visão e o Sonho de acolher crianças e idosos aumentava continuamente. Em 1953, o Lar Evangélico Português muda-se para a Rua da Boavista, 651 e em 1955, foi levado a arrendar instalações em Pedras Rubras para as crianças mais pequenas.

Para diminuir os problemas devidos ao distanciamento das duas unidades, em 1960, arrenda uma casa anexa às instalações dos idosos, na Rua da Boavista, 663, para os jovens, a qual veio, posteriormente, a ser utilizada para os idosos. No mesmo ano, foi arrendada na Rua Dr. Joaquim Pires de Lima, 29,  uma casa para meninas e crianças mais novas. Neste forçado tipo de “vida errante” para alojar os carenciados e excluídos, o esforço humano da família e os custos de sustentabilidade aumentaram, quase até ao limite do humanamente suportável.

 

Os recursos patrimoniais e institucionais ampliam-se 

Em 1966, por ação generosa de amigos americanos, sensibilizados com as crianças acolhidas no Lar é colocada à disposição do Lar Evangélico Português uma propriedade constituída  por uma moradia e um terreno anexo, com cerca de 5 800 m2, situada na Rua D. Afonso Henriques, 2689, em Águas Santas, Maia. Com a enorme ajuda da organização americana Christian Children’s Fundinc, concretizou-se a sua compra. Em 1967/1968, veio a ser construído um edifício residencial com capacidade para 80 crianças e jovens, dos dois sexos que foi inaugurado em 1969. No ano de 1977, a Terceira Igreja Evangélica Baptista do Porto, adquire, junto ao Lar das Crianças e Jovens, uma quinta destinada a Lar de Idosos, tendo iniciado a respetiva construção em 1988.

Nesse mesmo ano, o Lar Evangélico Português, institucionaliza-se como Fundação, com o estatuto de “Utilidade Pública”Em 2000, é inaugurado o novo Lar de Idosos, com capacidade para acolher meia centena de idosos, com qualidade de vida e dignidade. Esta inauguração contou com a presença de personalidades da autarquia local e governamentais, representantes do Centro Distrital do Porto do Instituto da Segurança Social, I.P. e de diversas e relevantes entidades religiosas e de individualidades do universo civil e social, especialmente convidadas para o efeito.

A visibilidade pública da Fundação Lar Evangélico Português tem a sua maior expressão em 9 de Julho de 2001, quando o seu fundador é galardoado, a título póstumo, por unanimidade, pela Câmara Municipal da Maia, com a medalha de Alto Mérito (Grau de Ouro), nas festas da Cidade e, em 19 de Janeiro de 2002, o Presidente da Câmara Municipal da Maia, presta uma homenagem toponímica ao casal fundador do Lar Evangélico Português, atribuindo os seus nomes a duas artérias locais: “Avenida do Pastor Joaquim Machado” e “Vereda de Isménia Machado.”